Intervenções do professor no processo inicial da construção do conceito de número
ETAPA: 1
PASSO: 3
TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO
A forma como é introduzida o conceito de números na vida de uma criança pode fazer toda a diferença entre gostar ou não da famosa matemática. Por esse motivo o educador deve estar apto e preparado para tal função. Até algum tempo atrás, primeiro ensinava-se a criança contar até 10, depois até 50 e assim por diante, porém a concepção de métodos de ensino foi inovada e hoje se leva em consideração a capacidade que o aluno possui em construir o seu conhecimento, e o professor que antes era apenas o transmissor desse conhecimento, hoje é o facilitador e orientador nesse processo, auxiliando o educando a questionar, pensar, discutir, fazendo com que juntamente com os colegas cheguem à solução problema e estimule o raciocínio. Ensino da matemática vem passando por várias mudanças, devido à necessidade do aluno de aprender a pensar e não apenas absorver o que o professor fala sem questionamento. A intervenção do professor é fundamental, pois ele vai mostrar objetos concretos, possibilitando o aprendizado. Nos anos iniciais devemos fazer uma avaliação para saber como está cada aluno, depois iniciamos mostrando objetos concretos, contando quantidade de alunos na sala, quantas meninas, quantos meninos, quantos faltaram etc... Este trabalho já deve ser feito na educação infantil, pois as crianças já tem noção de quantidade só precisam de estímulos, mas podemos também ter no 1º ano crianças que não frequentaram a educação infantil.
Ensinar deve ser gratificante, principalmente por termos ainda crianças com medo da matéria; é importante que o professor tire essa imagem de que a matemática é ruim e difícil, principalmente porque utilizamos a matemática o tempo todo em nossas vidas. Atividades não atrativas devem ser descartadas, não podemos esquecer de comentar com os alunos sobre aquilo que farão ,depois comentar sobre o que foi feito ,deixando que expressem suas idéias para que o professor perceba se realmente o aluno compreendeu.
O professor deve trabalhar com amor, passar para as crianças formas, números, quantias trabalhando com materiais da realidade deles, folhetos de supermercados, tampinhas de garrafa, palitos de fósforo,materiais que estiver a seu alcance,deixando que as crianças manuseie esses materiais criando junto,podemos também fazer uso de jogos com bingo,dominó etc e inclusive criar esses jogos com as crianças,isso fará uma grande diferença na aprendizagem,pois ao criar a criança constroi,desmancha,reconstroi gerando o seu conhecimento e fixando o conteúdo.
Vamos fazer uma experiência.
Observe as figuras:
Onde há mais pessoas?
Agora veja estas figuras:
Em qual dos dois casos foi mais fácil perceber onde há mais pessoas?
No primeiro bastou uma simples olhada, não é mesmo? Mas no segundo, provavelmente, você precisou contar.
Somos capazes de distinguir visualmente pequenas quantidades (até quatro, cinco...talvez seis objetos). Entretanto este senso numérico não nos permite distinguir quantidades maiores.
O desenvolvimento da noção de número depende das experiências que são vividas pela criança. Mas atenção: Nem todas as crianças vivem as mesmas experiências e, às vezes, encontramos crianças de 5, 6 ou mesmo 7 anos que não têm uma noção adequada de número.
Há crianças que escrevem os números e os recitam até trinta ou quarenta. Apesar disso, se você pedir que elas tragam cinco lápis, elas não acertam.
Isto quer dizer que, na verdade, essas crianças não entendem os números.
É possível ajudar as crianças a formar a idéia de número, mas não devemos nos iludir: somente explicações não levam a criança à noção de número.
Experiências com quantidades
Em classe, a todo momento, surgem situações que permitem às crianças terem experiências com quantidades.
Por exemplo, você tem quatro lápis na mão e vai distribuí-los a um grupo de cinco alunos.
Você pode perguntar :
- Vejam quantos lápis tenho. Será que posso dar um lápis para cada aluno?
Se os alunos tiverem dificuldades para responder, você os ajuda um pouco:
- Vamos ver. Quem fica com este lápis? E quem fica com este outro?
Desta forma você leva as próprias crianças a fazerem a distribuição. No final elas percebem que falta um lápis.
Nesta situação, as crianças podem comparar quantidades. Comparam a quantidade de lápis com a quantidade de crianças do grupo e podem perceber que há mais crianças do que lápis. Elas conseguem fazer isso sem usar números.
A partir de experiências como esta, trabalhando com quantidades, é que as crianças, pensando sobre a situação, vão construindo a idéia de número.
Vamos ver outro exemplo. Diante dos livros e cadernos empilhados você pergunta:
- Olhem! Há mais livros ou mais cadernos?
A resposta a essa pergunta pode não ser tão fácil para as crianças. Elas podem achar que há mais livros porque eles formam uma pilha mais alta. É uma opinião razoável: mostra que elas têm um critério para responder.
No entanto, elas estão confundindo a quantidade de cadernos com o tamanho da pilha de cadernos. Como vão perceber que quantidade e tamanho são coisas diferentes?
Primeiro, deixe que as crianças espalhem os livros e cadernos, mexam nos objetos e percebam como eles são.
Se as crianças ainda não descobrirem que há mais cadernos, você coloca lado a lado um livro para cada caderno. Então ficará visível que sobra um caderno.
Fazendo isso, as crianças podem compreender melhor o que é quantidade e perceber a diferença entre o tamanho da pilha e a quantidade de cadernos. É mais um passo para a formação da idéia de número.
Muitas situações podem ser aproveitadas. Vejamos mais alguns exemplos: você pode pedir a um aluno que pegue os pratos da merenda na quantidade certa (um prato para cada aluno). Pode perguntar :
-Tenho o bastante para todos os alunos?
Você também pode fazer uma pergunta do tipo:
- Há mais meninos ou mais meninas na classe?
Em todos esses momentos, estamos proporcionando experiências com quantidades e ajudando as crianças a formarem a idéia de número.
Tente imaginar quantas situações assim você pode criar em sua sala de aula e anote-as. Faça uma lista quando você estiver preparando sua aula de matemática.
Entretanto, atenção para o seguinte: devemos auxiliar as crianças mas não responder por elas. Elas devem usar a própria cabeça. A idéia de número não se explica. Ela vai se formando, pouco a pouco, dentro de cada criança.